Teorias da Conspiração, Galileu Galilei e A CAIXA.

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Você já ouviu falar em Zeitgeist? Tá, vamos lá: isso é um termo em alemão que significa literalmente “Espírito do Tempo”. Essa palavrinha também é usada de vez em quando na Psicologia, para explicar como o clima cultural e intelectual da época influencia algo que aconteceu. Oxe, quê?

Tipo assim: segundo essa lógica, Galileu não é um ser dotado de inteligência superior, um escolhido pelos Deuses ou algo parecido para ter compreendido a gravidade. Já meio que tava na hora disso acontecer, entendeu? E se não fosse ele seria outra pessoa, mas ALGUÉM FARIA essa brilhante e necessária pontuação.

Galileu era um cara muito inteligente, mas assim…não foi bem mérito dele, pro Zeitgeist. Rs. Foram o próprio tempo e condições da época que pediram essa mudança na forma com que víamos as coisas e, assim, eles trataram de engordar esse porquinho com muitas informações, ideias e agentes facilitadores.

. Agora que você entendeu mais ou menos a ideia da coisa, vamos falar sobre Zeitgeist – o filme, um documentário de 2007 que questiona nada mais, nada menos do que as origens do cristianismo, a lucratividade de países como os Estados Unidos com guerras e crises econômicas e sociedades secretas que buscam pelo controle da população mundial, entre outras teorias da conspiração. Eita.

Você deve estar se perguntando: como uma obra tão politicamente incorreta alcançou a notoriedade, recebeu inúmeros prêmios e é citado, discutido e aplaudido de pé por alguns até hoje? Você já vai entender. Aliás, é bem aí onde tudo vira Marketing (como sempre). Deixa o espírito do tempo agir e vem comigo pra entender mais sobre essa loucura toda:

Bueno. O documentário nasceu já em berço revolucionário quando foi simplesmente liberado para toda a internet (sem trailers ou qualquer tipo de divulgação prévia) via Google Video. NINGUÉM, repito, NIN-GUÉM, nem o ET Bilu veio ao mundo tão desprovido de pretensão de lucro. OOOOUUU era o que conseguíamos enxergar, na época.

Porque na verdade a estratégia de marketing por trás de seu lançamento foi ó, xuxu beleza – e deu muito certo, obrigado: por trás das cortinas, os produtores do filme movimentavam os fóruns undergrounds da internet mundo afora divulgando o doc. Depois de chamar a atenção do 4Chan, meu querido… foi só esperar a mágica acontecer. E aconteceu.

Lembram de quando falamos sobre a Bruxa de Blair? Então, Zeitgeist foi o que eu gosto de chamar de Marketing Viral 2.0.

Em meados de 2009, o filme só podia ser encontrado em plataformas como Torrent e Emule, além do Google Video. Enquanto a neblina era formada ao redor da pobretona produção B, o hype se instaurava na superfície: as redes sociais começavam a falar enlouquecidamente sobre Zeitgeist e grupos de teoria da conspiração desmembravam histericamente as ideias apresentadas no longa.

Enquanto isso, no lustre do castelo, as cabeças pensantes por trás do filme criavam o ZDay, um dia no qual a obra seria exibida em massa, em público e mundialmente. Se isso não é Marketing, meus amigos…eu não sei o que é.

A genialidade por trás disso tudo está na receita marketeira desse filme: uma pitada de mistério, outra de audácia e muita paciência para deixar esse pão crescer. As mídias e a vontade das pessoas de participar de algo seleto, intrigante e revolucionário como a ideia do Zeitgeist foram os mobilizadores desse movimento.

Posteriormente, o primogênito ganhou duas sequências, formando uma trilogia abençoada pelos Deuses da conspiração – que hoje estão disponíveis no YouTube.

Mas sabe o quê que é pra glorificar de pé, de verdade? O Sagrado Pensamento Fora da Caixa. Sei lá se o filme vale o hype (não é isso que estamos pondo em cheque aqui), mas o fato é que saber entender o que pede o tempo em que vivemos faz toda a diferença.

Não é bem Galileu, mas a sabedoria de olhar ao redor, atentamente, e I-NO-VAR. Não é conspiração, é fato: o mundo é dos criativos e audaciosos, amigos.  Aliás, é isso que uma boa agência de publicidade e marketing deve ser.

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